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quarta-feira, 5 de março de 2014

Como saber o período certo de por os animais no aquário marinho?

… Chegou a hora dos prazeres! Vamos começar a introduzir os animais!

Mas... ATENÇÃO: O ambiente assim ciclado, sem flora outra que as bactérias e microalgas que se desenvolveram durante a ciclagem e sem fauna qualquer, SUPÕE-SE QUE SEJA LIVRE DE PARASITAS E PRAGAS e, portanto, devemos agir com calma nessa hora, para não estragá-lo! Se o aquarista não foi previdente, ou é iniciante, e não instalou, ainda durante a fase de ciclagem do aquário, uma QUARENTENA para os animais já previamente escolhidos, deve instalá-la agora; Nenhum animal, especialmente peixes, deve ser inserido no aquário sem ser previamente quarentenado! Mesmo os corais, antes de serem colocados no display, devem ser muito bem examinados à procura, pelo menos, dos parasitas macroscópicos (que podem ser vistos a olho nu ou pouco armado) e, também, sempre que possível, serem previamente tratados com “banhos de preparo”, antes da introdução, para aumentar o grau de certeza de que não carreguem pragas menos visíveis mas não menos perniciosas, que permanecerão depois no aquário. Também, e como já apontado no post anterior, a conclusão da “ciclagem” não significa que o aquário já está “estabilizado”; ainda faltam alguns meses para que isso aconteça e, até lá, a introdução de animais deverá ser feita aos poucos, de preferência com muito poucos ou um de cada vez e com os devidos cuidados.

Do já dito, a hora de introduzir os animais é uma hora de prazeres, mas também de perigos e, para aquaristas iniciantes ou menos experientes, deveria ser também o momento de, ainda mais uma vez, conter a pressa e a ansiedade e sentar à frente do seu aquário, ainda ciclando ou já ciclado, para pensar, cuidadosamente, no tipo de “BIOMA” que pretende ver implantado - O termo “BIOMA” foi criado pelo ecólogo norte-americano Frederic Clements e pretendia, originalmente, definir “uma comunidade de plantas e animais”, geralmente originários de uma mesma formação. Desde a sua criação o termo vem sofrendo mudanças, tanto na abrangência do conceito quanto nas definições. Aqui, será empregado para definir que “conjuntos” de animais, com ou sem “plantas”, poderemos escolher para estarem representados nos nossos aquários.

Essas “escolhas”, por parte do aquarista, estão muito longe de serem meros “exercícios de vontade”; Cada decisão, sobre cada animal ou vegetal que se pretenda colocar dentro de um aquário, deverá, no mínimo, estar precedida de um estudo de “COMPATIBILIDADE”, sob pena de esta decisão, de outra maneira tomada, poder ter como resultado um desastre! Em qualquer bioma natural, por exemplo, com muito raras exceções, estarão representados presas e predadores... Num aquário em que sejam inseridos “presas e predadores” a paz reinará somente até à hora do almoço e, as “presas”, ou ficarão confinadas em espaços e esconderijos aos quais o predador não tenha acesso, como num “REFÚGIO”, por exemplo, ou não terão qualquer chance.

Sobre REFÚGIOS, tê-los ou não, há muita controvérsia entre os aquaristas, mas o maior fator impeditivo é a falta de espaço. Tê-los, quando se tem espaço, é sempre uma opção interessante, não só pela sua contribuição ao equilíbrio do meio, ao atuarem como FILTRO BIOLÓGICO, como também pela possibilidade de ali estimular a reprodução de “pods” (anfípodes, copépodes...), e assim aumentar as nossas chances de podermos manter espécies mais difíceis, no quesito alimentação, por exemplo, tais como CAVALOS MARINHOS, “PIPE FISHES”, DRAGONETES, MANDARINS, algumas ESPONJAS, ALGAS e mesmo alguns animais “de substrato” ou “bentônicos” que, embora úteis na função de DETRITÍVOROS, pelo seu aspecto (vai do “gosto”), ou mesmo pela possibilidade de “ataque” a qualquer outro animal, num caso de “oportunidade” (alguns são predadores oportunistas), não seriam de presença aconselhável no display do aquário.

Quanto ao tipo, um refúgio pode ser CRÍPTICO, quando dedicado a seres não fotossintéticos, ou ILUMINADO, se dedicado a seres fotossintéticos, ou ainda MISTO, situação em que, ainda que iluminado, se garanta nesse mesmo refúgio ambientes e espaços tais como “cavernas amplas e escuras” e “substrato alto”, para acomodar seres que “não gostem” de luz, mas a tolerem, ou seres que não suportem a luz ou necessitem ambiente afótico para levarem a cabo o seu trabalho, tais como algumas bactérias anaeróbicas, estritas ou não, estas últimas ditas “facultativas”, importantes no processo de DESNITRIFICAÇÃO*, que necessitam AMBIENTES SEM LUZ E SEM OXIGÊNIO GASOSO, para que assim tenham que utilizar o oxigênio contido nas moléculas do NITRATO (formado na 1ª parte do CICLO DO NITROGÊNIO), para o seu metabolismo, tendo como produto final o NITROGÊNIO GASOSO que, à exceção de algumas CIANOBACTÉRIAS, não será mais “fixado” nem reprocessado no aquário, sendo então liberado para a atmosfera.

*GRADY Jr. & LIM (1980) mostraram que a redução do nitrato ocorre em etapas, conforme a seqüência abaixo:

Estados de oxidação do NITROGÊNIO: +5 ( NO3 - ) → +3 ( NO2 - ) → +2 ( NO ) → +1 ( N2O ) → 0 ( N2 ) . . . . . . .

As duas etapas iniciais são bastante conhecidas e estudadas. A primeira representa a redução de nitrato para nitrito mediada pela enzima nitrato redutase, a segunda é a redução do nitrito pela enzima nitrito redutase. Na verdade, a completa conversão de NO3 - a nitrogênio molecular se processa através de uma microbiota desnitrificante constituída de vários grupos de microrganismos.

No devido tempo, falaremos com mais detalhe a respeito da oxidação e redução do nitrogênio nos nossos aquários, O CICLO COMPLETO DO NITROGÊNIO, que é da maior importância.

Voltando à introdução de espécimes, existem ainda muitos fatores, além da relação presa-predador, a serem considerados.

Entrando mais no assunto: Ciclagem. (Detalhada)

Dá-se o nome de “CICLAGEM”, em aquarismo marinho, ao período de tempo necessário para que, depois de montado o SETUP e devidamente abastecido de ÁGUA com todos os seus parâmetros fisico-químicos ajustados, se estabeleça um nível de colonização bacteriana suficiente para “fechar” o CICLO DO NITROGÊNIO, de extrema importância num aquário marinho pelo potencial tóxico de alguns produtos derivados da degradação de matéria orgânica, principalmente a AMÔNIA e o NITRITO, cuja toxicidade tem relação direta com o pH, sendo bem maior no ambiente alcalino que no ambiente ácido e, num aquário marinho, é justamente um ambiente ALCALINO o que buscamos;

Aquário em ciclagem, com algas marrons nascendo e ampliando as colônias de bactérias. 


Vamos então aos detalhes:

O PERÍODO DE CICLAGEM poderá ser TÃO LONGO QUANTO MAIS DE DOIS MESES, ou TÃO CURTO QUANTO APENAS 04 HORAS. Tudo depende da configuração, da logística e dos materiais empregados na montagem;

Um aquário montado com ÁGUA “viva” natural de boa procedência + AREIA “viva” de mesma procedência que a água, coletada em maré baixa, recolhendo apenas a areia superficial (sem aprofundar mais que oito centímetros no leito de areia) + algumas ROCHAS “vivas” (ATENÇÃO: A legislação atual proíbe essa coleta) também coletadas NO MESMO BIOMA e postas em CIRCULAÇÃO no aquário num PERÍODO INFERIOR A QUATRO HORAS, já estará “ciclado” para espécimes do mesmo ambiente, que poderão ser colocados no display de imediato.

A razão disto, obviamente, é que todas as superfícies externas e internas da areia e das rochas, e mesmo a coluna d'água, já estarão colonizadas por bactérias vivas, oriundas de um mesmo ambiente e já em equilíbrio entre si, fazendo com que o CICLO NO NITROGÊNIO já esteja “fechado” e funcionando, permitindo assim o processamento da matéria orgânica produzida pelo metabolismo dos espécimes que ali se ponha, ou introduzida pelo aquarista ao alimentá-los.

A razão do cuidado na coleta de areia, de não coletá-la abaixo de 8,0 cm da superfície, é que, abaixo de 8,0 cm da superfície, predominam bactérias anaeróbicas, que morrerão ao ser expostas ao oxigênio e apenas contribuirão com matéria orgânica adicional sem nenhum resultado útil, por isso é melhor deixá-las onde estão, para que sigam no seu importante papel ecológico, e recolher apenas as que chegarão vivas e serão úteis ao aquário.

Uma montagem como a descrita acima, ainda que possível e até, em raras vezes, justificada, não é o padrão nem a “panaceia”, nem deve servir de “exemplo” ou “objeto de desejo” para a iniciação de um aquário; O ambiente natural, além das “coisas boas” também tem “pragas” e, como já superficialmente indicado nos escritos acima, uma montagem nesse estilo obviamente representa UM (de único em meio a vários) “ambiente marinho”, e iria muito bem para um ECÓTOPO montado com espécimes da mesma área, mas o mesmo já não se diria para a acomodação de seres oriundos de outros ambientes, ou mesmo de outros aquários, especialmente para os espécimes de ambientes recifais, e não “de praia”.

O normal, e mais indicado, é que, ainda que se tenha acesso à coleta de materiais “vivos” e em boa condição de coleta para a montagem do aquário, se estabeleça um período de QUARENTENA ALARGADA, já que “ciclagem” nessas condições seria um termo inadequado, e durante esse tempo (de no mínimo 60 dias)*, além de observar o provável desenvolvimento de algum organismo ou parasita indesejado, fossem sendo ajustados os parâmetros da água, nos aspectos de salinidade, densidade, “pool” iônico (cálcio, magnésio, carbonatos, estrôncio, ferro, iodo, nitrato, fosfato...), transparência, MOD (matéria orgânica dissolvida) COD (carbono orgânico dissolvido), ORP (oxi-reduction potential), temperatura e etc., de modo a deixá-la o mais próximo possível da configuração ideal de parâmetros para as espécies que decidimos manter no nosso aquário.

Alguns parasitas, como o ICTIO (Cryptocaryon irritans – um protozoário ciliado), fazem o seu ciclo de vida entre a areia (substrato) e o parasitado (peixe) e, portanto, a areia “viva” oriunda de ambiente selvagem, pode servir de transporte aos cistos, com formas “tomonts” que, ao eclodirem, liberam na água as formas “theronts” que são as infectantes. Como as formas “therontes” vivem apenas 48 horas se não encontrarem hospedeiros, e como os cistos de “tomonts” eclodem, em média, de entre 6 a 9 semanas, um prazo de 60 dias é razoável para reduzir a um mínimo uma provável carga parasitária; Outros parasitas, como o OODINIUM (Amyloodinium ocellatum – um “dinoflagelado” heterotrófico), também têm uma fase de “vida livre” na água e então, sendo o OODINIUM uma parasitose quase sempre FATAL, e sendo a água “viva” um provável veículo para a sua introdução no aquário, principalmente se recolhida em AMBIENTES EUTROFIZADOS, essa quarentena inicial também é útil para, além de equilibrar os parâmetros e “quebrar” o ciclo dos parasitas do substrato, dar também oportunidade aos meios de filtração, especialmente a Ultra-violeta, de atuar contra essa “carga indesejável”, reduzindo a chance de vir a introduzir espécimes sensíveis em ambientes contaminados.

Uma CICLAGEM NORMAL, portanto, bem planejada e bem conduzida, ainda é a melhor garantia, para o aquarista iniciante, de que verá o desenvolvimento do seu aquário à luz de bons caminhos já palmilhados, enquanto também exercitará a PACIÊNCIA, virtude essencial de todo aquarista, e “treinará a mão”, observando a evolução de todos os parâmetros e interferindo apenas quando necessário. Entretanto, antes de inciar a “ciclagem”, propriamente dita, é necessário que se concluam e observem alguns outros passos:

Escolhido o local do aquário (preferencialmente em local arejado e fora da incidência direta da luz do Sol), posicionado o móvel (que deverá ser suficientemente dimensionado para suportar o “peso” do sistema que estará sustentando) e montado o SETUP (display com respectivos equipamentos, sump com respectivos equipamentos, caixa de reposição de água doce, Central Elétrica e que tais), vamos para a montagem do “AQUASCAPING” (disposição das rochas do display e do substrato); Esta, ainda que se diga que é, e de fato em parte seja, “ao gosto do aquarista”, tem alguns pormenores e alguns “macetes” que devem ser considerados.

Ainda que classicamente se diga que, a montagem do aquascaping, se inicia pelas rochas, depois se põe a areia e depois a água, o fato é que, muitas vezes, pela própria difração da luz, na água, após terminar a montagem verificamos que “não ficou do nosso gosto”, e lá vamos nós de novo movimentar as rochas, até que a “paisagem” pretendida fique definitivamente ajustada. Assim sendo, poderíamos abrir mão da sequência “clássica” e adotar uma outra, que tem algumas vantagens adicionais, além de ser mais prática: Vamos começar pela ÁGUA, cujo volume devemos conhecer e devemos ir medindo, para sabermos, ao completarmos os níveis necessários, qual é o volume exato dessa água. Essa medida de volume, que será a do “nosso” aquário e que variará muito pouco ao longo da sua vida útil (exceto no caso de se acrescentarem “mais volumes”, que terão que ser “descontados”, tais como animais, rochas e equipamentos à coluna d'água), servirá para cálculo das DOSAGENS e REPOSIÇÕES eventualmente necessárias, então deverá ser conhecida, e “guardada”.

O nível do display é geralmente determinado pela altura da borda do overflow, logo, é por aí começamos. Completado o nível do display, a água começará a transbordar para o sump, através do encanamento do overflow. No sump, já deverá estar determinado um nível que resguarde espaço suficiente, no mínimo, para um “excesso” de cerca de 3 mm de água na coluna do display (acima da linha de nível do overflow e que é determinado pela tensão superficial da água em circulação, correspondendo à altura média da “virada” da água sobre a borda do overflow), mais o conteúdo dos canos de descida e de subida que, em caso de falha de energia, descerão para o sump e, se não houver sido previsto esse “volume para o alagamento”, poderá transbordar, indo a água parar “no meio da sala”. Determinado esse “nível de segurança”, calculando e somando os respectivos volumes desses compartimentos de água, poderemos acrescentar água ao display até que esse nível do sump seja atingido, fazendo então, ali, uma marca.

Marca feita, e observando a subida de água acima desse nível de vez em quando, iremos colocando as rochas “conforme o nosso gosto”, sempre que bem assentadas e um pouco afastadas dos vidros laterais (para permitir posteriormente a limpeza dos vidros e também garantir um espaço de circulação, sem muito empecilho, para a água e para os peixes). Após as rochas bem assentadas, com o auxílio de um cano, ou funil suficientemente longo, vamos delicadamente posicionando o substrato, já bem lavado (quando comprado “seco”), à sua volta, distribuindo-o uniformemente por toda a base do display ou, o que também é usual, estabelecendo um aclive, desde o vidro frontal até o do fundo, o que geralmente produz um efeito visual de “maior profundidade”. Terminada a montagem, retira-se e mede-se o excesso de água do sump (tudo o que estiver acima do nível antes marcado), determinado pelos volumes dos materiais inseridos no display e desconta-se do volume total de água já anteriormente medido, quando definimos o nível. O "resultado" da conta será a LITRAGEM REAL do aquário. Isto feito, ligamos as bombas e... Começou a “ciclagem”!

Nos primeiros um ou dois dias, os equipamentos estarão trabalhando basicamente para eliminar a “TURBIDEZ” da água, decorrente do revolvimento do substrato, mesmo quando bem lavado. A partir mais bem do segundo ou terceiro dia, a água já terá mais transparência e poderemos, se quisermos, ligar as luminárias para ir experimentando. O assunto de ligar, ou não, as luminárias durante a ciclagem, é controverso, já que, alguns preferem não ligá-las e acreditam que, com isso, impedem o “boom” de algas, marrons (diatomáceas) e verdes (ciano?), que geralmente vem nos visitar por ocasião da ciclagem. Outros preferem as luminárias ligadas, pois assim, também acreditam, antecipam o “boom” de algas e, como já vieram mais cedo, mais cedo também irão se retirando. O “resultado prático”, em ambos casos, será o mesmo, mas pelo menos com a “luz acesa” , será mais fácil ir observando.

Se tivermos trabalhado com água, rochas ou areia “vivas”, ou se tivermos adicionado um “PROBIÓTICO” (cepas bacterianas selecionadas, geralmente em laboratório, que servem para “dar partida” ou reforçar o “pool” bacteriano do aquário, visando a “fechar” o ciclo do nitrogênio) ao aquário, já haverá biologia e, portanto, razão para TESTES. Caso contrário, poderemos esperar tranquilamente quinze ou vinte dias, ou até mais, antes de gastar esse dinheiro, já que os testes não são baratos. Por óbvio, se queremos estimular o crescimento de bactérias e a formação de “filmes” bacteriais nas superfícies das rochas e do susbstrato, e principalmente se adicionamos probióticos à coluna d'água em um aquário montado com susbstrato “seco” e “dry rocks”, ligar o SKIMMER, durante a ciclagem, já que este também retira bactérias da água, está contra-indicado. Não é que seja proibido, nem que chegue a impedir que o ciclo acabe se completando, mas é um evidente contra-senso e, portanto, deve ser evitado. Outro equipamento que não é útil nessa fase, e pelo mesmo motivo (exceto em casos como o apontado mais acima, em que se monta todo o display com materiais coletados e “vivos”), é a Ultra-violeta; Também não contribui à colonização bacteriana, já que as está matando.

Na outra vertente, uma vez passados alguns dias de ciclagem, e já com razoável certeza de que boa parte do “pool” bacteriano, originário ou administrado, já aderiu às superfícies e, portanto, está ali representado, é útil ir ligando o skimmer e a ultra-violeta, já que, a essa altura, as bactérias presentes na coluna d'água serão, praticamente, as PELÁGICAS (próprias da coluna d'água, ou que vivem nela) e estas tem pouca importância para o “ciclo do nitrogênio” que estamos implantando. Pelo seu lado, as bactérias das superfícies já estarão se multiplicando exponencialmente e formando os seus “filmes”, pelo que, é importante começar a dosar alimento, no caso “fontes de carbono”, cujo excesso, consumido em parte ou não pelas bactérias pelágicas, o skimmer ajudará a ir retirando.

Como já dito mais acima, quinze ou vinte dias após o início da ciclagem, ou um pouco mais se trabalhamos com material estéril, é a hora de começarem os TESTES. Os mais importantes, nessa fase, por permitirem, de certo modo, “estadiar” a ciclagem, são a AMÔNIA, NITRITO E NITRATO. No inicio da entrada de matéria orgânica no sistema, originária, se já proveniente de biologia prévia, ou administrada, se proveniente das “fontes de carbono” ali dosadas, geralmente há um “PICO DE AMÔNIA”. Este, ao longo de dias começa a decrescer e é substituído por um “PICO DE NITRITO” . Do mesmo modo, este também decresce ao longo do tempo e dá lugar ao “PICO DE NITRATO”. Quando a amônia e nitrito estiverem ZERADOS e o nitrato comece a decrescer, o “ciclo do nitrogênio” estará estabelecido e... O AQUÁRIO ESTARÁ “CICLADO”.

Mas atenção: “CICLADO” NÃO É O MESMO QUE “ESTABILIZADO”; Um aquário, ao final da ciclagem, ainda possuirá um filme bacteriano muito tênue, imaturo, e terá pouca capacidade de resposta aos excessos de matéria orgânica produzidos ou administrados. Esses excessos, num aquário imaturo, ainda que ciclado, poderão determinar níveis de amônia ou nitrito eventualmente elevados e, se alcançados níveis tóxicos, colocar em risco de morte os primeiros animais do aquário, mas isso... Veremos com mais detalhe no próximo post, acerca da introdução de animais no aquário.



O que é Ciclagem e período do nitrogênio?

Ciclagem, ou período de fixação do Nitrogênio pelas bactéria consumidoras ou fixadoras dentro do aquarismo é um fator primeiro e necessário para que o aquário que nada mais é do que uma reprodução em escala do ambiente natural, a ciclagem em um fator limitante para o aquário, seja este de um iniciante ou um veterano.
 Muita gente inicia um processo de montagem, investe em equipamentos, que são caros, mas se perde ao ter pressa, pois um aquário para ter sucesso necessita de passar por um período de ciclagem, ou seja, período este que durar algumas semanas, este período se faz necessário para que as bactérias que são micro organismos que chegam no seu aquário vindas ou de água natural, onde estes micro organismos já se fazem presentes ou através da adição que é quando inserimos CEPAS selecionadas em uma água estéril.
 Uma duvida que passa pela mente de todo aquarista quando inicia no hobby é: “Se eu inserir as CEPAS de bactérias porque eu devo esperar então para inserir os animais?”
 A questão é, foi inserida uma quantidade significante de Cepas, mas estas precisam se fixar em um determinado local que deve ter condições de existência deve encontrar condições de nutrição oxigenação já que este é um processo aeróbico e reprodução, estes fatores demoraram algumas semanas para ocorrer, devo ressaltar que as bactérias envolvidas no processo de consumo de nitrogênio são facultativas, mas crescem melhor na presença de oxigênio, o que não quer dizer que não cresçam no substrato pobre em oxigênio.
 O aquarista então irá pensar: “Então basta eu esperar alguns dias e colocar os animais, já que eu inseri as CEPAS e em pouco tempo elas já se encontraram no sistema...” Não é bem assim, as bactérias ao se fixarem, seja no substrato, seja nas rochas ou nas mídias filtrantes como iram começar a criar suas colônias, mas para isso precisaram de um fator primordial que é nutrição são os compostos do Ciclo do nitrogênio.
 O nitrogênio é um composto químico da tabela periódica que esta presente nas proteínas e nos ácidos nucléicos,isso mesmo, são os ácidos da constituição celular, os famosos DNA e RNA, ele também esta em grande quantidade no ar, na nossa atmosfera. Poucas formas de vida assimilam o nitrogênio, no ambiente aquático marinho, este são assimilados por bactérias e ciano bactérias, estas ciano eram conhecidas como algas azuis ou algas cianofíceas.



As Bactérias iram se fixar melhor em locais onde encontrem pouca luz e pouca corrente, a presença de oxigênio é essencial, até pelo fato de que a sua baixa pode fazer com que as bactérias que são anaeróbicas, não consomem oxigênio podem transformam transformar o nitrato de volta em nitrito ou em gás nitrogênio (n2).
O ciclo de nutrição destas bactérias passa pela seguinte questão, o primeiro composto químico a ser consumido é a amônia que nada mais é do que um gás e é representado pela formula (NH3) e se torna tóxico pelo fato de em contato com a água forma (NH4OH) que é conhecido como hidróxido de amônio, se nós formos analisar quimicamente este composto é uma base, e bases em sistemas alcalinos, ou seja, Ph Alcalino que é diferente de acido tende a ser neutralizado, temos um ambiente de Ph básico, o hidróxido de amônio ira se apresentar em níveis mais elevados e em Ph Mas baixo, mais acido, ele se apresenta de forma mais branda, este hidróxido de amônio é altamente tóxico aos peixes.
O processo ocorre assim:O gás amônia (NH3) em contato como o oxigênio (O2) dando origem ao acido nitroso (HNO3) e água liberando energia.

2 NH3 + 3 O2 à 2 HNO2 + 2 H2O + Energia

Observem, temos um composto chamado acido nitroso que (HNO2), este composto também é consumido pelas bactérias e transformado em nitratos (NO3) em presença de oxigênio, bactérias estas do genero Nitrospira.

Uma questão que eu gostaria de levantar é que existem produtos no mercado, as CEPAS, que apresentam dois gêneros de bactérias desnitrificantes chamadas Nitrosomonas e Nitrobacter, estas não participam do ciclo do nitrogênio em aquários marinhos só em dulcícolas.
O processo ocorre assim:

2HNO2 + O2 à2HNO3 + Energia

Após a Amônia ser consumida, ou seja, assimilada, temos a elevação do nitrito e do nitrato.
O nitrito e o nitrato que são produzidos neste momento são menos tóxicos ao sistema, mas a sua alta elevação, o que acontece na ciclagem, favorece o crescimento de algas, daí um processo bem observado durante a ciclagem, o aparecimento de algas, estas usam o nitrito e o nitrato como nutriente.
O pessoal utiliza este gráfico abaixo para demonstrar ciclagem do aquário, ele é bem simples:


As bactérias envolvidas na ciclagem:

Nitrosomonas



Nitrobacter




Nitrospira


Seguindo uma lógica chegamos a pensar que após o processo de ciclagem como por exemplo o que o gráfico nós mostra, passados os 30 dias nosso aquário já esta pronto, já esta ciclado, vejam bem, não uma mentira, é uma inverdade...

Vamos pensar um pouco, sei que muitos aquaristas que aqui “habitam” vão me criticar e até chamar de maluco, mas raciocinando um aquário neste momento esta estável, tudo que existia foi consumido, as bactérias agora em colônia ficam sem muito ou até nenhuma reserva nutricional, mas não deixam de existir, elas se mantém pelo fato de que as que morrem produzem, amônia e o ciclo continua, amônia vira nitrito que vira nitrato, neste momento nosso aquário esta pronto para receber os habitantes, ao colocarmos o animais temos que ter em mente a idéia de que estes receberam alimento, o alimento não será todo consumido por eles e se depositara em algum local, eles produzem excretas, então neste inicio o aquário ainda esta frágil e leva algum tempo para entrar em equilíbrio, mas este equilíbrio não quer dizer que tem zero de amônia, nitrito e nitrato, quer dizer sim é que o que se produz é consumido, muitos dos testes vendidos mostram zero de produtos químicos NH3, NO2-, NO3- , mas não é verdade, como já dito o que esta sendo produzido esta sendo consumido.

Após a ciclagem devemos introduzir os animais aos poucos, muitos podem não concordar, mas imagine só, estou com o aquário que é um sistema semi fechado ou semi aberto (Muitos o descrevem como sistema fechado, mas ele sofre influencia externa), todo ciclado, estabilizado e eu acrescento uma fonte de produção de matéria orgânica alta, as bactérias irão consumir? Sim irão. Mas imagine se eu colocar aos poucos os animais, eu dou tempo de estas bactérias se reproduzirem e se estabilizarem, não causando um estresse químico ao sistema.

O que é SUMP e qual a função dele no aquário marinho?



O Sump Além do display em si, o aquarista deverá prever também um espaço para o SUMP. O sump, ou “casa de máquinas”, como alguns o chamam, é o espaço destinado ao tratamento da água, DA MAIOR IMPORTÂNCIA, PORTANTO e, nele, na maioria das montagens, estarão colocados a maior parte de todos os equipamentos necessários à manutenção de uma qualidade mínima desse líquido precioso, que dará suporte à manutenção da vida de todos os seres sob nossa responsabilidade, no aquário (aqui no sentido do “conjunto”, por isso o termo “display” não foi empregado). Quanto à posição, o sump poderá estar no mesmo nível do display (atrás ou ao lado), acima do display (menos comum, mas com as suas vantagens) e abaixo do display (o mais comum em aquários marinhos). Quanto ao tamanho, aqui também se aplica o “quanto maior melhor”, não só porque aumenta o volume total de água em circulação, e portando aumenta a estabilidade dos parâmetros do aquário, como também porque, conforme que evolução na orientação do aquário (quanto ao tipo e quantidades de animais ali colocados), poderão ser necessários “up-grades” de equipamentos, ou mais equipamentos, e estes demandarão sempre mais espaço.
 De maneira geral, um SUMP “standard” deverá conter, no mínimo e nessa ordem, um FILTRO MECÂNICO para retenção de sólidos grosseiros que venham do display e um FILTRO FISICO-QUÍMICO, representado pelo SKIMMER, ou “escumador” ou, ainda, “desnatador de proteínas”, que atua pelo aproveitamento de um fenômeno de superfície que ocorre na interface de pequenas bolhas de ar em meio à água, fazendo com essa superfície fique “polarizada”, ou seja, exiba cargas elétricas de polos opostos (positivas por fora e negativas por dentro da “bolha”) atraindo assim partículas de carga contrária que estejam em suspensão e conduzindo-as à superfície, no interior do equipamento, por diferença de densidade. Essas partículas, em boa parte proteicas e lipídicas e em grande parte iônicas, pelas suas propriedades coloidais, terminam por produzir bolhas persistentes no tempo, tipo “espuma de sabão”, que se acumulam e extravasam num recipiente projetado para esse fim (o “copo” do skimmer), podendo então ser retiradas e com isso reduzir a “carga orgânica”, antes mesmo de que entre no ciclo bacteriano, mas, infelizmente, nunca será apenas o que “não presta”, o que o skimmer estará retirando, como veremos mais à frente.
 Além desses dois filtros, sempre será necessária uma BOMBA DE RECALQUE (não confundir com as de circulação e nem pretender que cumpra essa função) e, conforme que posição o sump ocupe em relação ao display, esta deverá estar no sump quando este esteja no mesmo nível do display, ou em nível inferior e, caso o sump esteja em nível superior ao display, a “bomba de recalque” estará no display, e não no sump, sendo o retorno de água do sump para o display, nesses casos, feito por gravidade – Há quem veja vantagens no modelo de “sump em nível superior ao display”, exatamente por isso: O retorno de água pela ação da gravidade. Isso permite, por exemplo, acoplar ao sump um REFÚGIO, em que possam se desenvolver populações de “pods” (anfípodes, copépodes...) que poderão servir de alimento, ao descer para o display por gravidade, a aguns espécimes de mais difícil tratamento, tais como “dragonetes” e “mandarins”, compensando, em parte, a dificuldade de alimentá-los com produtos industrializados, mas disso falaremos mais à frente, no contexto adequado. Quando o refúgio é montado num sump de mesmo nível ou abaixo do display, também funciona, mas aí os “pods” voltam para o sump através da bomba de recalque e muito já chegam mortos ao display, o que reduz em muito, para os espécimes que os consomem, a sua “atratividade”.
 Ainda no sump, além desses três equipamentos básicos e praticamente indispensáveis anteriormente citados, poderá ser o local onde colocaremos parte ou a totalidade dos FILTROS BIOLÓGICOS (mídias de vidro sinterizado tipo “Siporax”, caixas de substratos vários, rochas vivas, “bioballs”, reator de biopellets, etc...), FILTROS FÍSICOS (ultra-violeta, ultrassom...), FILTROS FÍSICO-QUÍMICOS (fotocatalisadores homogêneos ou heterogêneos, por exemplo :L) FILTROS QUÍMICOS (reator de ozônio, H2O2, removedor de fosfatos...), REPOSITORES IÔNICOS (reator de cálcio, “Balling”, kalkwaser...), DESNUTRIFICADORES, ou “redutores de nutrientes” (tais como o “Algae Turf Scrubber”, ou ATS, que é capaz de, no mínimo, reduzir nitrato e fosfato por consumo, oferecendo um leito com condições favorecidas para o crescimento de algas que, alternativamente, poderiam vir a crescer no display do aquário), AQUECEDOR/TERMOSTATO para garantir as temperaturas mínimas do aquário e, também, conforme que montagem, a SERPENTINA DO “CHILLER”, para o caso de que seja necessário esfriá-lo. Do brevemente exposto, creio que fique mais fácil entender a questão do “quanto maior melhor”, como anteriormente citado.
 Finalmente, e ainda quanto ao espaço destinado ao sump, é ali que geralmente se instala o reservatório de água doce deionizada, para reposição das perdas por evaporação e, também, a Central Elétrica, para energização de todos os equipamentos do sistema e dos seus dispositvos controladores. Pelos riscos óbvios envolvidos num ambiente com eletricidade e água, se o aquarista não detem um bom conhecimento a respeito de instalações elétricas, é fortemente aconselhável que contrate os serviços de um bom profissional da área, para cálculo, dimensionamento e instalação dessa Central Elétrica com um bom nível de segurança, evitando as “soluções fáceis” dos “filtros de linha” e demais gambiarras.

Abaixo, um modelo de SUMP mais econômico e simples para melhor entendimento:



Como escolher o display do aquário?

Este aquário da foto possui de display: 150x70x70 cm, 735 Litros. 

Um tamanho mais “razoável”, para começar no hobby, seria um aquário de exibição (daqui por diante, “display”) de entre 100 e 200 litros, também temos as opções de nano reefs, de 60 á 90 litros, mas que não dão muitas opções de peixes ou corais para o aquário, além de ser muito complicado de ajustar os parâmetros da água. Qualquer tipo de aquário é possível, QUE NÃO SEJA “PLUG AND PLAY”, nem muito estreito e nem muito alto; Um aquário estreito implicaria em pouca liberdade, para o aquarista, no posicionamento das rochas do seu “aquascaping” e, se muito alto, implicaria em necessidade de vidros reforçados, em dificuldades de manutenção do substrato e na necessidade de uma iluminação muito mais forte (se pretendesse manter corais nesse aquário), implicando, aí sim, em custos maiores que o necessário. Como “base”, uma profundidade de no mínimo 50 cm e uma altura de no máximo 50 cm, variando no comprimento conforme que espaço disponível, já permitiria um “começo” bem adequado. Quanto ao formato, se o display possui os quatro lados aproximadamente iguais, ainda que a a altura não corresponda à largura, diz-se que é um “cubo”. Se possui largura maior que a profundidade, diz-se que tem formato clássico. Fora desses dois formatos, mais comuns, a variação é “a la carte” e, se o display é feito por encomenda, pode assumir virtualmente qualquer fomato. Hoje em dia é muito comum comum encontrar displays com cantos curvos, ou mesmo faces curvas no comércio; São bonitos, mas costumam distorcer bastante a imagem quando olhados através das faces ou cantos curvos e opõe certa dificuldade à manutenção dos vidros, especialmente se usamos “raspadores” ou “escovas magnéticas” para limpá-los.
 O display, será o lugar em que irão as BOMBAS DE CIRCULAÇÃO (não confundir com as de “recalque”), o SUBSTRATO, as ROCHAS que compõe o “aquascaping”, a maior parte da ÁGUA e o OVERFLOW (queda da água, por transbordamento controlado, para o primeiro filtro), que geralmente é também configurado para também executar a função de “SURFACE SKIMMER” (ou “desnatador de superfície”), que trabalha eliminando a “nata” ou filme “gorduroso/proteico” que geralmente se forma na superfície dos aquários marinhos, atrapalhando as trocas gasosas nessa interface. Acima do display estarão as CALHAS DE ILUMINAÇÃO e respectivas lâmpadas, que deverão ser adquadas às necessidades dos seres que pretendemos manter e, ainda, poderemos ter, próximo à superfície da água do display e em conjunto com as lâmpadas, algumas “ventoinhas de refrigeração”, que poderão trabalhar em conjunto com o AQUECEDOR/TERMOSTATO e com O CHILLER (estes dois mais comumente colocados no SUMP), no controle da temperatura da água.
 As tendências mais modernas buscam, em relação aos equipamentos do display, configurações o mais “clean” possíveis, com um minimo de equipamentos ou estruturas aparentes, favorecendo a estética do display e também a segurança dos seres que se deslocam na coluna d'água ou no substrato. Nesse sentido, algumas inovações foram criadas e trazidas ao nosso conhecimento pelo nosso querido Mestre, João C. Basso, um dos aquaristas mais experientes do IPAq, tais como o “SEXTO VIDRO” na caída do overflow, o “CLOSED-LOOP CO-AXIAL” com bomba externa (evita aquecimentos desnecessários e substitui, com perfeita funcionalidade, o monte de “BOMBAS STREAM” que geralmente colocamos) e, mais recentemente, as quedas e subida de água pelos cantos do display, disfarçadas com cantoneiras externas, que também disfarçam os fios e permitem retirar da vista do display e substituir com vantagem a famosa “BOTA INTERNA”, estrutura destinada a recolher a água do overflow que, além dos problemas reportados em casos de entupimento, ocasiões em que praticamente impõe o desmonte do aquário, provoca prejuízos estéticos evidentes, principalmente em aquários projetados para ocupar posição central, nos ambientes, podendo ser admirados por todos os lados. Mais recentemente, o Mestre tem trabalhado no desenvolvimento de um sistema de “CLOSED-LOOP” com bombas internas, disfarçadas em “rochas plásticas”, que parece oferecer as mesmas vantagens do “co-axial” com um custo mais barato.
 Ainda em relação a “gostos e tendências”, alguns aquaristas avançados, principalmente se dedicados a SPS, tem optado, na montagem dos seus displays, pela ausência de substrato (o famoso Bare Botton, ou simplesmente BB) e pela substituição das rochas naturais ou artificiais por “rochas plásticas” (já apelidadas, aqui no IPAq, de “plaststones”). Para tal, transferem a totalidade dos seus filtros biológicos para o SUMP, como veremos mais abaixo. Ainda que uma montagem com essa configuração tenha lá suas vantagens, especialmente em relação à facilidade de limpeza e à possibilidade de trabalhar com níveis de circulação mais agressivos, que favorecem certo tipo de corais, sem o risco de ficar “levantando substrato”, pessoalmente penso que “rouba” um pouco do charme de um “aquascaping” bem desenhado em que, além do contexto de adequação biológica, seja uma aproximação à aparência ideal de um “recife natural”, que estejamos buscando.

Como começar um aquário marinho?

Nosso site inicia as postagens ensinando a montar seu aquário marinho, desde o início, com a montagem do aquário, montagem do SUMP, iremos explicar o que é o Sump e qual a função dele, e a função do Skimmer. Nossas fotos são do aquário do Ricardo e do Rodrigo, apelidado de Sorocaba Reef.

Anênoma RITTERI
Comecemos então este trabalho, com uma breve descrição de um “SETUP” (conjunto de todas as estruturas e equipamentos que compõe o aquário):

 O Aquário

 Diz-se que um aquário é “marinho” quando a montagem é dedicada a seres originados de “um” ambiente marinho (notem o artigo indefinido; ambientes marinhos há vários) e é dotada de estruturas e equipamentos que permitam mantê-los com relativo êxito e até reproduzi-los, se o aquário for configurado para esse fim e quando nas mãos de um aquarista dedicado. Isto, que parece óbvio quando lido, nem sempre é tão óbvio quando praticado, daí a necessidade que teremos, para entendimento da ecofisiologia do habitat que estamos criando, de alargar um pouquinho mais os conceitos e detalhar, de um modo um pouco mais detido, cada uma dessas “estruturas e equipamentos” sobre os quais estamos dissertando. Mais à frente, e conforme a oportunidade de contexto vá surgindo, cada uma dessas estruturas e equipamentos - como são, onde se põe, como funcionam e para que servem - irá sendo detalhado.
 A primeira consideração na montagem de um aquário marinho, especialmente se é o primeiro, por óbvio, diz respeito ao tamanho. Um aquarista iniciante (ou o seu provedor financeiro, quando é uma criança ou adolescente que está desejando o aquário) por questões de insegurança em relação à persistência do postulante no hobby, e em razão do investimento inicial que está disposto a fazer, tende a optar por um aquário pequeno, por achar que “para experimentar é o suficiente” ou, quando o dá de presente, achar que “é de bom tamanho para ir começando”. As lojas dedicadas ao aquarismo também sabem disso e, para não “perder o cliente” (ou a “oportunidade de negócio”), muitas estimulam e apostam em configurações do tipo “pico” (até 50 litros), ou “nano” (até 100 litros), por entender que, se “tamanho é custo”, será mais fácil vender é o que é mais pequeno e mais barato. Ainda que comercialmente isso possa ser verdadeiro, no que diz respeito à sua adequação para um iniciante, NADA PODERIA SER MAIS ERRADO! Quanto menor seja o volume de água de um aquário, mais “sensível” é o sistema às variações de parâmetros e maior experiência se requer para poder “controlá-lo”: Um “pico-reef” nas mãos de um aquarista experiente pode ser um “cartão postal”, mas nas mãos de um iniciante, ainda mais se for “empolgado”, é quase que uma receita de fracasso, com o agravante de que, vencido nos seus primeiros esforços em obter os resultados que deseja, pode o iniciante sentir-se decepcionado e abandonar o hobby, apenas porque começou de modo equivocado.
 
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